Mas porque isso vem acontecendo? Como um parque de diversões consagrado como roteiro turístico no mundo todo pode estar num gráfico decrescente?
Tanto falamos sobre proteção aos cães e gatos que nos esquecemos da falta de respeito que ocorre com os outros animais ao redor do mundo. É cruel pensar que uma baleia que viveria mais de 100 anos na vida selvagem é retirada da sua família para viver de 25 a 30 anos em um tanque de concreto.
Em 2012, após a morte de uma treinadora no Sea World, foi criado o documentário BlackFish (assista aqui: http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-blackfish-furia-animal-dublado-online.html) que mostra toda a crueldade por trás da "magia" do Sea World. Desde a retirada das baleias de suas mães, ainda filhotes, até a sua vida inteira dentro de tanques estreitos. Tudo isso com depoimento de ex-treinadores, vídeos inéditos de dentro do parque, depoimentos de profissionais da área, entre outros..
É realmente incrível toda a máfia desta indústria empenhada em fazer parecer com que os acidentes ocorridos dentro de seus parques foram culpa das orcas. Escondem toda a informação correta, seja nos jornais, televisões, e até dos próprios frequentadores. Um exemplo, retratado no documentário, os monitores do parque dizem que as baleias chegam a viver MAIS em cativeiro do que ao mar aberto, pelo bom tratamento que elas recebem. Dizem que a cauda caída (imagem) é normal, ocorre conforme a idade, o que não passa de uma enorme mentira.
Somente assistindo você poderá entender a revolta de todos nós e o verdadeiro culpado para a formação das "baleias assassinas".
Após ampla divulgação desse documentário, esse ano as boas notícias começam a aparecer.
"Mobilização contra maus-tratos a animais afeta lucro do SeaWorld": O Globo
O lucro do SeaWorld foi afetado pela campanha contra o parque aquático realizada com apoio da ONG Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais (PETA, na sigla em inglês). Segundo o jornal de finanças americano, o SeaWorld registrou um resultado desapontador no segundo trimestre e reduziu sua previsão de lucro para este ano, afirmando que o recente debate na mídia sobre a forma como trata suas 23 orcas cativas afetou o fluxo de visitantes em seus parques.
"Frequência ao Sea World tem queda de 13%": One Green Planet
Apesar de fracassadas tentativas de salvar a reputação do parque - desde cartas abertas denunciando o filme Blackfish até anúncios no Twitter desfazendo “mitos” sobre o tratamento de suas orcas – a empresa já não está mais no pedestal quase intocável onde já esteve uma vez. Tudo isso graças à reação do público após assistirem a Blackfish e às campanhas posteriores de organizações como a Oceanic Preservation Society. O Sea World informou recentemente que sua frequência caiu em 13% este ano até agora. O parque declarou diversas vezes que não sofreu qualquer perda como resultado do lançamento de Blackfish, mas parece que estes novos números estão contando uma história diferente. O documentário deve continua a cativar a atenção do público. O SeaWorld já não está mais isolado em seu seguro casulo. A verdade foi revelada e cada vez mais evidências continuam a aparecer."Documentário de US$ 76 mil atinge reputação dos parques Sea World": Folha
Pode um documentário orçado em US$ 76 mil colocar na berlinda uma empresa avaliada em US$ 2,5 bilhões? A resposta é sim.
"Seaworld anuncia construção de novos tanques gigantes para suas orcas": UOL
Em nota, a Seaworld Entertainment informou a "incorporação de um enorme e inédito ambiente artificial para orcas em seus três parques" com animais marinhos.
O anúncio foi divulgado dois dias depois de o SeaWorld, com sede na Flórida (sudeste dos EUA), informar a queda de 5% em seus ganhos no primeiro semestre, provocada, entre outras coisas, pela pressão exercida pelos defensores dos animais contra o uso de orcas para espetáculos - admitiu a própria empresa.
O primeiro tanque, que será construído em seu parque em San Diego, Califórnia, conterá quase 38 milhões de litros d'água, ocupará 6.000 metros quadrados de superfície e terá 15 metros de profundidade, informou a empresa.
O novo hábitat das orcas, que dobrará em dimensões os atuais, será concluído em 2018. Os outros parques, em Orlando, Flórida, e San Antonio, no Texas, também incluirão novos tanques.
A SeaWorld acrescentou no comunicado que também destinará US$ 10 milhões "ao estudo e à proteção de orcas em seu ambiente natural, assim como do oceano onde vivem".
A campanha contra o uso das orcas em espetáculos alcançou um pico no ano passado, com o lançamento do aclamado documentário "Blackfish", que investigou o impacto do cativeiro nas orcas do SeaWorld e o ataque de uma delas, Tilikum, que resultou na morte de um treinador.
O grupo Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA, na sigla em inglês) qualificou o anúncio do SeaWorld de uma tentativa da empresa de ganhar tempo, em um momento em que "o povo compreende o sofrimento das orcas em cativeiro".
"O que poderia salvar a empresa seria o reconhecimento de que precisa não de tanques maiores, mas levar as orcas para santuários marinhos para que possam voltar a sentir o oceano e escutar seus familiares (...). Uma prisão maior continua sendo uma prisão", afirmou a PETA.